O que é o Linux
É um kernel de código-fonte aberto, que foi - e é desenvolvido - ao longo do tempo graças à colaboração voluntária de desenvolvedores de várias partes do mundo.
O que é Kernel
Kernel é o núcleo do sistema operacional. Cabe ao kernel fazer o intermédio entre o hardware e os programas executados pelo computador. Isso significa que a junção do kernel mais os softwares que tornam o computador usável (drivers, protocolos de comunicação, entre outros), de acordo com a sua aplicação, é que formam o sistema operacional em si.
Surgimento do Unix
O surgimento do UNIX se deu em 1969, como um projeto da Bell Labs, laboratório pertencente à AT&T, para ajudar no controle dos projetos internos do próprio laboratório. O UNIX, na verdade, começou em meados dos anos 1960 como um projeto a ser desenvolvido por um grupo de habilidosos programadores, entre eles, Ken Thompson e Dennis Ritchie: um sistema operacional de nome Multics. O Multics era um projeto ambicioso, mas enfrentou vários problemas, entre eles, falta de recursos computacionais. Assim, no mesmo ano, Ken Thompson decidiu criar algo mais "realista", chamando o novo projeto de Unics. Tempos depois, o nome foi mudado para UNIX, denominação que permanece até hoje.
O UNIX teve grande aceitação não somente em universidades, mas também em ambientes corporativos, resultando no surgimento de variações diversas do sistema, como as versões BSD e o Solaris. O MINIX, assim como o Linux, é uma delas, o que não quer dizer que ambos sejam iguais ao UNIX, mas notoriamente parecidos.
Surgimento do Linux
A história do Linux começa no ano de 1991, pelas mãos de um estudante universitário finlandês chamado Linus Torvalds. O Linux foi criado por ele, não totalmente do "zero", mas sim como uma variação do MINIX. O MINIX (variação do Unix) é um sistema operacional simples, criado por Andrew S. Tanenbaum, um renomado professor de computação que é conhecido pelos diversos livros que escreveu para a área.
Tanenbaum disponibilizou o MINIX principalmente para servir de auxílio no ensino de computação. Trata-se de um sistema operacional simples, que exige poucos recursos de hardware e cuja primeira versão foi lançada em 1987.
Dadas as suas finalidades acadêmicas, não só o MINIX foi disponibilizado de maneira gratuita e livre, como também o seu código-fonte completo. Assim, os estudantes de computação podiam - e podem - estudá-lo inteiramente para desenvolver suas habilidades ou mesmo para criar projetos derivados. Foi assim que Linus Torvalds entrou nesta história.
Linus Torvalds, então com quase 20 anos, começou a estudar ciência da computação na Universidade de Helsinki, na Finlândia, em 1988. Cerca de dois anos depois, aproveitando o conhecimento que tinha e estava adquirindo sobre a linguagem C, decidiu criar a sua própria implementação de um terminal em seu recém obtido computador 80386, principalmente para acessar o servidor UNIX da instituição de ensino. Isso porque ele já havia testado o MINIX para esta finalidade, mas não estava satisfeito com os seus recursos.
A intenção de Torvalds era a de fazer com que o projeto rodasse especificamente em sua máquina 80386, com o desenvolvimento sendo feito a partir do MINIX. O trabalho avançou de tal forma que chegou um ponto onde Torvalds já tinha um kernel funcional em mãos.
GNU/Linux
Tal como você já sabe, o Linux, por si só, é um kernel. Sozinho, um kernel não tem muita utilidade. É necessário "juntá-lo" a um conjunto de softwares para que tenhamos, efetivamente, um sistema operacional em condições de uso. É aí que o projeto GNU entra.
GNU é a sigla para um nome curioso: "GNU is Not UNIX (GNU Não é UNIX)". Trata-se de um projeto que teve início em 1984, pelas mãos de Richard Stallman, que queria criar um sistema compatível com UNIX, mas sem utilizar código deste.
Com o passar dos anos, o projeto foi ganhando recursos, como compiladores e editores de texto. Mas, faltava um elemento importantíssimo: um kernel. Stallman e seus colaboradores estavam trabalhando em um kernel de nome Hurd, mas dada a demora em concluí-lo, muitos daqueles que precisavam ou queriam usar software GNU decidiram recorrer a algo que souberam ser capaz de atender à necessidade que tinham: o Linux.
Então, basicamente, o Linux que temos hoje é conhecido por trabalhar em conjunto com software GNU. Por isso, muitos integrantes e simpatizantes de movimentos ligados ao software livre defendem a ideia de que, quando houver referência ao sistema operacional como um todo, o nome GNU/Linux seja utilizado. Acontece que, por comodidade ou simplesmente desconhecimento, muitas pessoas criaram o hábito de chamar todo o conjunto de Linux e não somente o kernel.
A licença do Linux
Uma licença é, em poucas palavras, um documento que explica como determinado software pode ser utilizado. No que se refere a programas de código-fonte aberto, há vários tipos de licenças disponíveis. O Linux utiliza a GPL (GNU Public Licence).
Vale frisar que, inicialmente, Linus Torvalds aplicou ao Linux uma licença própria, que tinha restrições para uso comercial. A GPL só foi adotada somente em 1992, mesmo porque o Linux já era utilizado com software GNU.
A GPL é uma licença criada pela Free Software Foundation (organização fundada por Richard Stallman) baseada nas liberdades que a entidade defende:
- liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade zero);
- liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1), sendo o acesso ao código-fonte um pré-requisito para esta aspecto;
- liberdade de distribuir cópias de forma que você possa ajudar ao seu próximo (liberdade 2);
- liberdade de melhorar o programa e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade três). Novamente, aqui o acesso ao código-fonte é um pré-requisito.
Um software não pode utilizar a GPL se não corresponder a todos estes requisitos.
Fonte: Infowester
0 comentários:
Postar um comentário